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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Não há nenhum vestígio de esperança de que a Igreja Católica, um dia, possa modificar seus ensinamentos dogmáticos sobre a Virgem Maria. Ainda que seus erros fossem reconhecidos por alguns de seus membros, eles teriam de enfrentar a oposição da maioria, que jamais concordaria com tal reconhecimento. Todavia, mesmo sem essa Capitis diminutio, a Igreja Católica poderia reduzir, pouco a pouco, seu culto excessivo e idolátrico às proporções naturais do justo respeito que a mãe de Jesus merece. Devido ao excessivo culto a Maria, a figura de Jesus Cristo, no catolicismo, deixou de ser central, restando-lhe apenas a posição de Senhor do além e Juiz do juízo final.

Para que Cristo seja novamente reconhecido pelos católicos por sua incomparável grandeza e senhorio, seria necessário uma revisão dogmática, litúrgica e ética por parte da Igreja Católica. Neste caso, o único caminho aberto para uma mudança é substituir os símbolos católicos já prestes a sofrer deterioração psicológica por outros mais novos e frescos. A fatalidade no catolicismo é que os cultos a Maria exigem sempre de seus adoradores os valores cristãos de humanidade, de compaixão e de ascese interior.

Não obstante a tudo isso, Cristo, naturalmente, não será esquecido. Permanecerá sendo o centro das honras oficiais. O lado feio dessa “moeda”, porém, é que Maria continuará sendo vista como a mediadora entre Cristo e os homens. Primeiro Maria, depois Jesus Cristo. O que isso significa? Significa que a verdadeira força difusiva e persuasiva e o verdadeiro fascínio religioso que atrai para si (a pessoa que está sendo adorada) a fé e a devoção de multidões são inteiramente exercidos pela Virgem Maria.

Com isso concluímos que, no catolicismo, o cristianismo cedeu espaço para uma religião diferente. Bem diferente!

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