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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

CELIBATO BÍBLICO X CELIBATO HUMANO

Por Eguinaldo Hélio de Souza

O Novo Dicionário Aurélio apresenta uma definição superficial sobre o termo “celibato”. Diz apenas que é “o estado de uma pessoa que se mantém solteira”.

Em uma visão bíblica e religiosa, porém, é muito mais do que isso. Celibato é a ausência de atividade sexual na vida de um indivíduo. Ocorre geralmente por motivos religiosos, embora qualquer pessoa possa exercê-lo. O celibato pode (e às vezes até deve) ser exercido por apenas um período. Os solteiros devem, com certeza, praticá-lo, bem como os viúvos e separados. Mas também pode ser praticado temporariamente por motivos espirituais (1Co 7.5). Nosso enfoque, aqui, não é o estado de celibato temporário, mas sua prática permanente.

Claro que a Bíblia fala em celibato, mas nem tudo o que leva este nome é bíblico. Distorcido ao longo dos anos por influências gnósticas e estranhas, esta prática se tornou, por imposição humana, um “preceito de homens” e “doutrina de demônios” (1Tm 4.1), distante dos critérios de Deus. A Enciclopédia Britânica assim se expressou sobre o assunto: “A ligação entre o cristianismo e o judaísmo e a aceitação do Antigo Testamento pela Igreja cristã, tendia a perpetuar na Igreja primitiva a estima que os hebreus tinham por casar e ter numerosos filhos”.

Logo, se o estado celibatário se tornou sinônimo de um estado espiritual, isso não ocorreu como produto da pregação apostólica. Outras influências fora da cultura hebraica e do contexto bíblico levaram a prática a extremismos danosos.

Quando o celibato é bíblico?

Dizer que o celibato nunca é bíblico, não é verdade. Podemos encontrar base para ele tanto nos sinópticos quanto nos escritos paulinos. A história, sacralizada como tradição no catolicismo, não é normativa. Há exemplos e afirmações neotestamentárias que devem ser levadas em conta. Ignorá-los tem gerado pesados e amargos frutos.

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